

Médium Consciente
À luz de Ramatís
Há inconveniência em se fazer sessões mediúnicas com sofredores no lar?
PERGUNTA: - Como se pode processar no ambiente doméstico essa estagnação fluídica e nociva, após as sessões mediúnicas atormentadas?
RAMATÍS: - Assim como o amor, a ternura, a humildade ou a pureza emitem ondas e fluidos que balsamizam, aliviam e curam, também o ódio, a revolta, o sofrimento e o desespero lançam dardos que mortificam e abatem aqueles que ainda são vulneráveis em suas defesas magnéticas. Eis por que, depois dos trabalhos evangélicos no lar, onde os pensamentos se produzem sob o conforto espiritual da fé inspirada pelo sentimento amoroso do Cristo, o ambiente doméstico permanece saturado de emanações balsâmicas, que alentam os bons propósitos e sugerem os assuntos sublimes entre os seus componentes.
No entanto, após as comunicações torturadas, de espíritos sofredores ou revoltados, pairam no ambiente os resíduos fluídicos das explosões deletérias e mórbidas, que fluem no transcurso do intercâmbio mediúnico com os espíritos angustiados ou violentos.
Não vos deve ser desconhecida a impressão agradável que certas vezes vos atinge ao penetrardes numa residência modesta ou rica, ao sentirdes no ambiente a vibração suave
de paz ou de otimismo que paira no ar. Doutra feita, ingressando em vivenda nobre e suntuosa, ornamentada com móveis luxuosos, decorações deslumbrantes e finos tapetes, eis que um fluido pesado e estranho se reflete, de modo opressivo, no vosso espírito. No
primeiro caso, tendes o lar tranquilo e afetuoso, onde a família, afeita aos ensinamentos do Cristo-Jesus, intercambia sentimentos cristãos e vive em harmonia fraterna; no segundo, as contendas violentas, as amarguras, a revolta e o ódio entre os seus componentes geram os resíduos e os miasmas detestáveis que flutuam na atmosfera doméstica e causam mal-estar nos visitantes.
No lar onde a família não se harmoniza espiritualmente, é mais desaconselhada ainda a sessão mediúnica de espíritos sofredores, porque é mais difícil dissolver-se o lençol de fluidos mórbidos ou agressivos disperso no ambiente. Não é conveniente atrairdes Certas entidades malfeitoras, vingativas e capciosas, para serem doutrinadas no seio do vosso lar, como não ireis convocar os malandros da rua para discutirdes os seus problemas censuráveis à mesa de vossas refeições.
PERGUNTA: - Porventura as sessões mediúnicas de doutrinação e esclarecimentos de sofredores, realizadas nos lares, produzem efeitos tão positivos como os que se obtêm nos centros espíritas?
RAMATÍS: - Os trabalhos mediúnicos no seio da família beneficiam grandemente os próprios parentes desencarnados, que porventura ainda se encontrem em dificuldades no Além e precisem ser assistidos no próprio ambiente onde viveram fisicamente. Mas nem sempre é conveniente promover no lar o desenvolvimento de médiuns, o tratamento de obsessores e o intercâmbio com as falanges perturbadas ou vingativas. As crianças, principalmente, são as mais sensíveis aos fluidos mórbidos, deletérios ou agressivos que os espíritos sofredores e perturbados disseminam no ambiente doméstico depois do intercâmbio mediúnico.
Elas ficam desassossegadas, impertinentes e temerosas, pois o seu perispírito, ainda bastante deslocado do corpo físico, sofre com mais violência os impactos mórbidos do mundo astral.
É evidente que a criança também possui o seu protetor espiritual atuando do "lado de cá" e que a protege desde o seu despertar até proporcionar-lhe o sono tranquilo. Mas, contudo, não é sensato sobrecarregar o trabalho e a vigilância dos guias pela atração imprudente de fluidos repulsivos ou doentios dos espíritos perturbados. Os chamados "quebrantos", torpores musculares e prostrações hepáticas, muito comuns na criança em sua primeira infância, nem sempre são frutos dos fluidos nocivos dos encarnados.
Não raro, trata-se da absorvência do fluido ruim que ainda flutua no ambiente doméstico depois da sessão agitada e mórbida, na qual se comunicaram almas sofredoras, desatinadas ou rebeldes. Malgrado o esforço e a abnegação dos guias para dissolverem em tempo os coágulos fluídicos, que, às vezes, permanecem à altura do cérebro, da região cardíaca ou hepatointestinal dos pequeninos seres, o seu padrão vibratório mais sutil os impede de exercerem uma ação direta mais eficiente. Então recorrem à intuição, aconselhando os encarnados a se socorrerem de passes ou benzimentos "corta fluidos", com os entendidos e principalmente com as vovozinhas ainda peritas em desmanchar o
"quebranto" ou o "mau olhado".
Depois da sessão mediúnica de doutrinações de espíritos sofredores ou rebeldes, os seus fluidos mórbidos pairam estagnados no ar e ali ficam por algum tempo até serem dissolvidos pela freqüência espiritual superior da família, ou então expulsos pelos técnicos do "lado de cá". Desde que é preciso higienizar o ambiente onde os espíritos de natureza superior farão depois seu intercâmbio mediúnico, a fim de evitar-se a saturação fluídica nociva, é evidente que depois dos trabalhos no lar angustiosos, violentos ou agressivos, de entidades "das sombras", ainda se torna mais urgente limpá-lo dos fluidos e miasmas que podem enfermar os seus moradores.
Fonte: "Elucidações do Além" - Ramatís /Hercílio Maes
Editora do Conhecimento.