

Médium Consciente
À luz de Ramatís
A utilização do fumo realizada pelos Pretros-Velhos nos terreiros
1 - Dizia Richet: "O tabaco é um hábito estúpido, ao qual me sinto preso!" François Coppé, que fumava fanaticamente, assim se expressava: "Embora o tabaco me faça mal, eu o considero como um estimulante do trabalho e do sonho", E Victor Hugo completa esse parecer: "O tabaco muda o pensamento em sonho. O pensamento é o trabalho da inteligência, o sonho a sua voluptuosidade. Ai daquele que, do pensamento, deixa-se cair no sonho, pois substituir o pensamento pelo sonho, é confundir o veneno com um alimento".
PERGUNTA: - Como se poderia verificar a existência de energias tão vigorosas do fumo?
RAMATÍS: - Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e desenvolve as folhas e as flores, arregimentando as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do Sol, polarização eletrizante da Lua, éter-físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéricos, cor, vitaminas e o "húmus" da terra.
Quando o fumo é incinerado, ele liberta em poucos minutos toda a carga energética e nutritiva que acumulou em muitos meses de crescimento e maturidade. São forças que passam a atuar no campo etérico e astralino do vegetal, podendo desintegrar fluidos adversos à contextura perispiritual dos espíritos encarnados e desencarnados. Por isso, os homens, antigamente, acreditavam que a defumação feita de ervas repelentes podia afastar os espíritos maus e manter o Diabo à distância, assim como no mundo físico os gases mefíticos dos pântanos afastam os habitantes.
PERGUNTA: - Qual é o motivo por que os pretos-velhos tanto se utilizam do fumo nos trabalhos de terreiros?
RAMATÍS: - Em face da multiplicidade de plantas que nascem prodigamente no vosso país, existem espécies que podem ser aplicadas a quaisquer tipos de trabalhos de socorro e cura espiritual. Elas fornecem as energias psicofísicas, que comumente são deficitárias aos médiuns inexperientes. O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psíquica praticada nos terreiros pelos pretos-velhos e caboclos, os quais logravam curas surpreendentes, na sua aplicação terapêutica, no tempo da escravidão.
Fisicamente, é uma erva originária da América, portadora do alcaloide "nicotina tabacum", que excita os nervos, provoca contrações dos intestinos e vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. É uma planta narcótica; e o órgão mais prejudicado é o cérebro, devido à intoxicação do sistema neuroespinhal. Mesmo sob a forma comum de cigarro, os homens podem pressentir a ação pronunciada do fumo atuando no mundo oculto, enquanto algumas celebrações terrenas o condenam como um vício desprezível, outras, paradoxalmente, o elogiam como catalisador do psiquismo humano! 1
O fumo, ou tabaco, condensa forte carga etérea e astralina, que ao ser libertada na queima ou defumação, pelo mago, "pai-de-santo" ou espíritos entendidos, liberta energias que atuam positivamente no mundo oculto. Os pretos-velhos, tarimbados na velha magia africana, concentram o campo de forças do tabaco incinerado, e através do sopro praticam uma espécie de "ionização" rudimentar, mas proveitosa e capaz de acelerar a função catalisadora do perispírito.
Fonte: "Magia de Redenção" - Ramatís /Hercílio Maes
Editora do Conhecimento.
