

Médium Consciente
À luz de Ramatís
O Pentateuco Kardequiano, frente aos tempos modernos, estaria absoleto? Teriam se tornado um amontoado de conceitos ultrapassados?
PERGUNTA: - Alguns espiritualistas, pensadores, e mesmo alguns médiuns "livres", que subestimam o Livro dos Médiuns e louvam a espontaneidade incondicional do desenvolvimento mediúnico, alegam que o "cardecista" é um adepto de postulados absoletos e de ensinamentos anacrônicos, que atualmente já estão bastante superados pelos conceitos do espiritualismo moderno. Julgam que o "cardecismo" é velharia, sinônimo de sectarismo instransigente. Que dizeis?
RAMATÍS: - Não aconselhamos a ortodoxia espírita, capaz de impermeabilizar os seus adeptos contra qualquer outro esforço alheio e digno, no campo da espiritualidade. O espiritismo, conforme já o dissemos, não tem como objetivo agrupar prosélitos ferrenhos e estimular movimentos intolerantes. É empreendimento libertador da consciência e não imposição de seita. Significa o generoso fermento vivo que acelera o psiquismo humano e incita o homem a se libertar quanto mais cedo possível de sua animalidade. A sua missão fundamental, como um catalisador divino, é modificar e exaltar as qualidades de tudo aquilo em que pode intervir ou influir. É o denominador espiritual comum aferindo os valores nobres de todas as almas, em vez de se tornar qualquer ruga sectária, isolando trabalhadores diferentes e que são devotados à mesma causa do espirito imortal.
Em face destas considerações, vereis que é perfeitamente descabida qualquer ironia ou descaso que alguns espiritualistas desavisados ainda emitem contra Allan Kardec e a sua codificação espírita. Nenhum dos seus postulados fere qualquer outro movimento religioso ou doutrina espiritualista, pois foram todos edificados sobre as raízes que milenarmente entrelaçam todos os movimentos consagrados à busca da Verdade. São princípios tão velhos quanto o espírito do homem; isentos de preconceitos de seita ou de casta, eles orientam o curso humano para os objetivos avançados da vida imortal superior. As obras de Allan Kardec foram inspiradas por elevados mentores dos destinos humanos e abalizados piscólogos siderais, conhecedores indiscutíveis das mais ínfimas necessidades da humanidade terrena. São tratados acessíveis ao homem comum, mas suficientemente para ajudá-lo na sua emancipação espiritual.
Em seu trabalho redentor, Kardec foi orientado pelo Espírito da Verdade, sob cujo pseudônimo se ocultou um dos mais sábios instrutores espirituais da Terra, o qual, além de genial psicólogo sideral, capacitado para autopsiar os mais complexos recônditos da alma humana, ainda é portentoso cientista que domina todos os problemas cármicos do vosso planeta.

Fonte: "Mediunismo" - Ramatís /Hercílio Maes
Editora do Conhecimento.