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Aspectos da reencarnação no ambiente familiar

Nesse treino singular, quer pela maior ausência como pela diversidade de problemas pessoais, os

membros da mesma família preparam-se, grau por grau, para o momento nevrálgico da separação desencarnatória.

 

O namoro, noivado ou o casamento dos filhos, desvia um pouco o afeto egocêntrico de sangue, cujo vínculo se divide entre o eleito ou a eleita do coração. A constituição de novos lares, por parte dos filhos e demais parentes, fragmenta ainda mais o fanatismo consanguíneo e canaliza novos afetos para com os novos descendentes. Sob a legislação amorosa do Criador, os espíritos adversos unem-se disfarçadamente sob as vestimentas carnais da mesma família; e acabam idolatrando-se, envoltos nas mesmas vicissitudes, alegrias e favores! Isso torna cruciante a separação pela morte física, caso não houvesse o ensejo de deveres, afetos e atividades fora do lar, cujas ausências entre os descendentes da mesma família ameniza a dor futura!

 

Deus, na Sua Magnanimidade e Sabedoria, criou o lar humano como o ensejo de convocação, vivência e união dos espíritos adversos comprometidos no passado, a fim de se unirem e amarem-se pelos laços consanguíneos da família terrena! Mas, conforme relembramos, os favores e deveres recíprocos terminam despertando afetos e até paixões fanáticas entre os próprios adversários de outrora, cujo "esquecimento" benéfico, dos acontecimentos passados, então, permite a confraternização espiritual. Sem dúvida, há os que se adivinham, entre si, no seio da mesma família, na posição de algozes ou vítimas, decorrendo disso a maioria dos conflitos nos lares terrenos. Mas o generoso disfarce do corpo carnal plasmado do mesmo sangue, não só favorece a aproximação afetiva, como ainda desperta afeições novas, que chegam a produzir sofrimentos atrozes na hora nevrálgica da partida para o Além!

 

Eis por que a própria vivência humana foi esquematizada pelos Mestres da Espiritualidade, de modo a promover as "ausências" recíprocas dos componentes da mesma família, acostumando-os para sofrerem menos pela desencarnação inevitável. São hiatos benfeitores pela ausência de trabalho, diferença de credo religioso, preferência esportiva ou política! Ademais, essa separação ainda aumenta pela própria diferença de desenvolvimento mental, pois é bem grande o abismo entre a criança buliçosa, traquinas e instintiva, e a mente experimentada e conservadora dos avós, já curtidos pelos espinhos da vida e algo descrentes das ilusões que ainda dominam os jovens.

 

Sem dúvida, a simples vivência de corpos vinculados pelo mesmo sangue no agrupamento doméstico não é suficiente para unir os espíritos adversários e dirimir conflitos milenários no roteiro das encarnações anteriores. Mas os interesses em comum, o apego à ancestralidade biológica e à autoproteção da personalidade no lar ameniza e extingue, pouco a pouco, as diferenças antipáticas pregressas, a ponto de vítimas e algozes de ontem, depois de vinculados pela mesma linhagem carnal, derramarem sentidas lágrimas pela separação na morte física.

PERGUNTA: - Cremos que as famílias terrenas ainda tão apegadas às convenções e aos interesses materiais, raramente pressupõem que o lar seja autêntica escola de educação espiritual. Não é assim?

 

RAMATÍS: - As famílias humanas são agrupamentos interligados pelos laços consanguíneos, mas funcionam como breves estágios educativos das almas encarnadas e comprometidas carmicamente no passado. O lar terreno é a escola providencial, onde os espíritos adversos apagam o incêndio de ódio pretérito e se renovam nas lições do amor, embora sob os interesses das relações protetoras da família. Mas a família, malgrado a sua expressão consanguínea, é apenas a preliminar onde os espíritos treinam e desenvolvem o amor universal acima de qualquer preocupação racista.

 

Quando Jesus advertiu que devíamos abandonar pai e mãe para segui-lo incondicionalmente, referiu-se à necessidade de o homem libertar-se dos laços consanguíneos, que é o sustentáculo da família humana isolada no seio da humanidade! O Mestre convidou o homem a integrar-se, definitivamente, no seio da família universal, que é eterna! Não aconselhou o desamor nem a rebeldia entre os membros da mesma descendência humana, mas distinguiu a necessidade de mantermos os princípios espirituais acima das tendências inferiores e transitórias da carne.

 

O homem deve superar o amor egocêntrico, que é nutrido pelo sangue do mesmo agrupamento doméstico, a fim de integrar-se no amor do Cristo, que é universal!

 

O lar terreno, além de sua função precípua de escola de educação espiritual, ainda pode ser acolhido à conta de oficina onde os espíritos se reabilitam e se retificam, alguns atraídos pelo amor cultivado há milênios, outros imantados pelas paixões e pelo ódio vividos no passado!

 

PERGUNTA: - Quais são as outras finalidades que o lar terreno ainda atende no plano da Criação, além dessa função fundamental de unir as almas comprometidas e treiná-las para o amor fraterno?

 

RAMATÍS: - O lar terreno também é excelente curso de alfabetização espiritual, preparando o espírito para manusear a linguagem universal e viver os sublimes eventos futuros entre as humanidades angélicas. Através dos laços consanguíneos e das obrigações recíprocas existentes entre os membros da mesma família, o lar aproxima as almas e desenvolve-lhes o entendimento da vida espiritual superior.

 

Assim, enquanto o chefe de família criterioso mantém-se ausente para mobilizar a receita da casa e os jovens dispersam-se em busca de empregos ou atividades educativas cotidianas, as crianças também deixam o lar bem cedo, para frequentar as escolas. Os mais moços buscam novas afeições próprias de sua idade e afinidade, enquanto os velhos vinculam-se a afetos adequados à sua experiência e vivência humana. Deste modo, enfraquece, pouco a pouco, os laços consanguíneos entre todos os membros da família.

Fonte: "A Vida Humana e o Espírito Imortal"

Ramatís /Hercílio Maes Editora do Conhecimento.

Fonte: "A Vida Humana e o Espírito Imortal" Ramatís /Hercílio Maes Editora do Conhecimento.
No seio familiar
Médium Consciente -
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