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As influencias da bagagem espiritual de Kardec como base da codificação

A superioridade da pedagogia espírita codificada por Kardec ressalta-se em favor da mais breve ascensão humana, porque os seus fundamentos não são produtos exclusivos da seleção de fenômenos observados numa só existência, mas a síntese de princípios sublimes investigados em diversas existências pretéritas.

 

PERGUNTA: - Podereis estender-vos mais sobre as romagens terrenas de Allan Kardec, quando pesquisava os fundamentos da codificação do espiritismo?

 

RAMATÍS: – As principais raízes do espiritismo perdem-se nos milênios já transcorridos, aprofundam-se em quase todos os templos iniciáticos do Oriente e nas cogitações espirituais de quase todos os povos. Renascendo na França e em contato com a força atrativa dos fenômenos de Além-túmulo, o genial codificador viu-se tomado por uma avalancha de ideias e recordações pregressas que o fizeram admitir sem qualquer dúvida a “Lei da Reencarnação” e a “Lei do Carma”, como preceitos de carinhosa e longa familiaridade.

 

Sob o fascínio da evocação pretérita, na sua retina espiritual delineavam-se os vultos heráldicos dos sacerdotes de Ra e Osíris-Íris, no suntuoso culto aos “mortos que sobrevivem”; as figuras imponentes dos Druidas, no culto do Fogo Sagrado; a oferenda no seio das florestas dos gregos presidindo os mistérios de Elêusis, ou dos mistérios órficos da alma apurando-se nas vibrações da música celestial.

 

Hermes, Krishna, Lao-Tsé, Fo-Hi, Zoroastro, Rama, Buda e o divino Jesus, influenciaram-lhe a alma poeticamente por algum tempo, embora Kardec tivesse nascido francês e se criado sob severa disciplina científica. Atuava-lhe na mente sensibilizada o passado de intensa atividade espiritual, a evocação de longa caminhada através de instituições espiritualistas e templos religiosos de todos os povos. O seu espírito, insaciável na busca da Verdade, havia perscrutado todas as fontes humanas da revelação espiritual, mas sempre se mostrava avesso às práticas excêntricas, fórmulas complicadas ou dogmas infantis.

 

Sua bagagem milenária era constituída de valores tão exatos e preciosos, que na última existência francesa ele foi descrente até 50 anos de idade, porque ainda mostrava ojeriza pelas superstições e dogmas religiosos da época. Por isso, a segurança doutrinária do espiritismo firma-se exatamente no alicerce milenário das pesquisas e experimentações de um espírito adulto e desassombrado, que ainda glorificou sua realização universalista pela adoção incondicional do “Código Moral” do Evangelho de Jesus.

PERGUNTA: - Mas o espiritismo, tal como já aconteceu a algumas crenças, também não poderia promiscuir-se nos seus princípios iniciáticos, adotando, no futuro, expressões semelhantes às de outras seitas dogmáticas?

 

RAMATÍS: – Se isso acontecer já não é espiritismo, porém, algum sincretismo religioso ou movimento excêntrico à margem da doutrina. Espiritismo puro é aquele que se pratica sob a disciplina dos seus preceitos doutrinários originais; qualquer interferência ou mistura que lhe tisne a virgindade iniciática, é desmentido flagrante à linhagem codificada por Kardec.

 

Allan Kardec não elaborou as regras e os postulados fundamentais da doutrina espírita, somente no decurso de sua última existência física, na França. Ele deu corpo disciplinado a princípios espirituais que investigou e firmou na sua memória espiritual, após três milênios de várias encarnações anteriores vividas nas mais diversas latitudes geográficas do orbe.

 

No Egito do faraó Merneftá, ele foi Amenófis, médico estudioso do “Livro dos Mortos” e dos fenômenos do Além; na Índia, depois de aprofundar-se nos Vedas, desenvolveu o poder mental, e mais tarde foi conhecido como o “mestre do silêncio”; na Caldéia, viveu como Shiranosóstri, entre magos babilônicos e foi detentor de poderes mediúnicos excepcionais. A Grécia conheceu-o como elevado hierofante do Templo; viveu na Assíria e na Pérsia investigando os fenômenos das forças ocultas da Natureza; e participou das cerimônias dos Druidas nas florestas sagradas da Gália. Kardec pôde reviver no Espaço toda a sua trajetória iniciática vivida anteriormente nas diversas romagens terrenas, antes de partir para a Terra e se tornar Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, o codificador do espiritismo.

 

Antes de sua existência na França, ele ainda viveu na Escócia, fazendo um estágio de repouso psíquico no contato com o mundo que lhe aguardava a síntese dos conhecimentos espirituais na codificação do espiritismo. Em sua alma, no entanto, ainda vibravam as evocações do politeísmo da Lemúria, as revelações dos gênios da Atlântida, os esforços infatigáveis dos mentores da raça adâmica, a peregrinação iluminada de Buda, os organizadores do povo judeu. Conviveu entre sacerdotes do Egito, iniciados da Índia dos Vedas, assimilando os fundamentos hermetistas, as práticas do Bramanismo, o processo justo da Lei do Carma e o conhecimento da Reencarnação. Mais tarde, no Espaço, ainda peregrinou pelas regiões que serviram de cenário à vida do Sublime Jesus, acompanhando, comovido, no estudo e na pesquisa dos “arquivos siderais”(1) os surtos evolutivos do Cristianismo.

 

1 - Akasha ou “Éter Refletor”.

 

As suas existências pretéritas já definiam o rumo da vida missionária, na França, traçando-lhe os primórdios de um grandioso plano espiritual elaborado pelo Alto, como foi, realmente, o espiritismo no século XX. A firmeza de intenções e a tenacidade indomável de Kardec, então garantiram a divulgação da doutrina espírita no momento psicológico da compreensão mental do mundo ocidental e do intercâmbio proveitoso com o plano Invisível.

Fonte: "A Missão do Espiritismo" - Ramatís /Hercílio Maes  

Editora do Conhecimento.

Fonte: "A Missão do Espiritismo" - Ramatís /Hercílio Maes   Editora do Conhecimento.
Kardec e a codificação
Médium Consciente -
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