

Médium Consciente
À luz de Ramatís
As diversas interpretações sobre Deus e a realidade absoluta
Aliás, os equívocos são humanos; Deus criou a energia atômica, o homem diabolicamente fez a bomba nuclear liquidando milhares de criaturas em poucos minutos; criou o álcool, que limpa metais, desinfeta ferimentos, move motores, dissolve tintas, aquece no frio e é um vasodilatador, mas o homem o usa para se perder no alcoolismo crônico.
O Criador produz laranjas, pêras, maçãs, alface, repolho e cenouras, mas o homem despreza a dádiva divina de frutos e vegetais e, estupidamente, constrói matadouros, charqueadas e frigoríficos, onde trucida aves e animais, seus "irmãos menores", e depois os come assados, cozidos ou fritos, abarrotando de restos de cadáveres o cemitério do estômago. Sem dúvida, os civilizados superaram os honestos silvícolas, os quais devoravam a carne crua do adversário valente sem o requinte culpável da panela de pressão ou da churrasqueira moderna. Deus enfeitou as florestas com pássaros multicores, mas o homem, para descansar do trabalho semanal, diverte-se caçando e matando as aves no tétrico esporte da morte.
Quando o homem, munido de fuzis automáticos, com lunetas telescópicas e sincronizados com luz infravermelha, persegue e mata os animais desesperados em custosos "safáris", para se envaidecer em rodadas de uísque, ele é consagrado destemido caçador; mas, se o tigre ou o leão o mata, pelo direito recíproco de defesa, o "pobre caçador" é então vítima de uma fera.
PERGUNTA: - Que dizeis de tantos aspectos, concepções e interpretações feitas pelos homens de Deus, e que realmente mais dificultam a nossa compreensão da Realidade Absoluta?
RAMATÍS: - Evidentemente, o Criador não se modifica pelo simples fato de os homens O imaginarem sob vários aspectos pessoais ou conjeturas filosóficas, pois isso não é a Realidade, mas fruto de tradições, costumes e temperamentos e compreensão de cada raça. Deus é Deus, quer seja o Alá polígamo dos árabes, o Jeová belicoso dos judeus, o Tupã poderoso dos bugres, o Parabrahm dos hindus, o Grande Arquiteto dos maçons, o Velhinho de barbas brancas gerenciando o céu dos católicos, o Júpiter dos antigos romanos, Rá dos egípcios, o Absoluto dos ocultistas, a Lei Eterna para os iniciados, a Mente Universal dos hermetistas, a Suprema Lei para os espíritas. Entre os povos mais primitivos Deus lhes herda a fisionomia; é amarelo e de olhos oblíquos para os chineses; tem a cara de foca e mora num céu congelado para os esquimós; é o Grande Espírito e com tendências de caçador, na crença dos peles-vermelhas americanos; pode ser chamado Zambi, um negrão para os africanos, que, então, passam a considerar o Diabo tão branco como são os europeus racistas.
Mas não importa os diversos aspectos de Deus elaborados pela humanidade ignorante da Realidade Divina, quando os homens podem senti-Lo, ou mesmo identificá-Lo, através das leis justas e sábias que regem a Criação. É a Vontade que preside todos os fenômenos do Cosmo e comunica a todos o anelo de perfeição e ascensão. Na verdade, o Universo é perfeito em sua criação infinita e eterna, porque Perfeita é a Entidade única que o criou. Repisamos: Deus pode ser apercebido através de suas próprias leis imutáveis, sábias e criativas, que agem corretamente em todos os níveis de vida e nas mais longínquas latitudes cósmicas. São leis e princípios emanados de um centro único criador, que dirigem desde o movimento do elétron, em torno do núcleo do hidrogênio comum, até a imensurável galáxia.
Fonte: "O Evangelho à Luz do Cosmo"
Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.


