

Médium Consciente
À luz de Ramatís
A influencia da educação como superação dos instintos da carne
Ali, eles não são propriamente esclarecidos na sua contextura "psico-física", mas apenas reprimidos por uma disciplina "standard" e de grupo, quase sempre aplicada por preceptores coléricos e comumente frustrados no seu próprio lar!
As crianças de temperamento sadio e boa índole espiritual hão de sobreviver sob a influência primária dessas instituições, assimilando o conteúdo superior; mas, as que, por ignorância e negligência dos pais, ainda não se libertaram do jugo animal, praticam atos censuráveis no mundo, malgrado o frágil verniz educativo da infância ou juventude!
Aliás, as crianças represadas nos colégios instituem a sua própria "maçonaria" de conveniência e mútua compreensão coletiva, resguardando os defeitos e as intenções perigosas, impelidas pelo instinto de proteção contra os adultos. Toda a escória recalcada por força de autoridades preceptoras de instituições educativas em "massa" pode emergir facilmente quando faltar a contenção disciplinar.
E como a mente infantil pouco sabe discernir quanto à diferença sutilíssima das coisas boas ou más, perigosas ou inofensivas, as crianças de colégios e internatos apenas recalcam o seu instinto inferior até o ensejo de libertá-lo! Em diversas narrativas ou autobiografias, cujos autores viveram segregados em instituições educativas das mais variadas correntes religiosas, verificamos que eles também se contaminaram no meio onde viveram.
Isso demonstra que, tanto a orientação subordinada a um único molde coletivo, como a disciplina férrea, jamais proporcionam equilíbrio e o controle do instinto superior, porque as virtudes são resultantes do discernimento espiritual e do autoconhecimento de cada indivíduo. As estatísticas sempre provaram que há mais jovens rebeldes, violentos e perversos provenientes de estabelecimentos educativos de todas as espécies, e menos delinquentes entre os educados por pais amorosos, mas severos e sem sentimentalismos piegas!
É óbvio que, nos agrupamentos estudantis heterogêneos, mescla-se tanto o bom dos meninos bons, como o ruim dos meninos ruins, resultando uma ganga ou mistura inferior própria de sentimentos e paixões opostas!
PERGUNTA: - Mas, se a Lei do Carma determina que espíritos delinquentes e cruéis encarnem em certos lares terrenos, o que adianta aos pais tentarem discipliná-los na infância, se eles hão de, posteriormente, manifestar os seus instintos nocivos na juventude ou na maturidade?
RAMATÍS: - As laranjeiras bravias e selváticas, azedas e tóxicas, também se transformam em frutos doces, sazonados e nutritivos graças ao toque hábil e cuidadoso do bom jardineiro. Aliás. até os animais ferozes se tornam mansos e serviçais, quando habilmente domesticados, pois o "cavalo selvagem", violento e agressivo, quando em liberdade na pradaria, converte-se no animal pacífico e útil depois de domesticado.
Dependendo dos "jardineiros" paternos, os filhos tanto podem manifestar os valores sublimes do espírito, como desqualificarem-se pela submissão à linhagem instintiva e selvática, que lhes forra o fundo da carne.
Os maus instintos dos filhos tanto podem ser mimados ou corrigidos, dependendo fundamentalmente, da atuação dos pais vigilantes ou negligentes, no comportamento diante das reações e iniciativas perigosas dos seus descendentes. Mas os genitores terrenos, em geral, só se preocupam com os seus problemas de adultos, pois, quando exercem alguma ação corretiva sobre os filhos, quase sempre o fazem mais por irritação ou desforra, do que realmente visando à educação do espírito encarnado.
Alguns deixam comodamente os filhos sob a tutela dos avós, parentes ou amigos, enquanto desfrutam da vida todos os proventos e prazeres, malgrado disso resulte a má educação dos descendentes impulsivos, exigentes e rebeldes.
PERGUNTA: - Podereis explicar-nos mais objetivamente essa questão?
RAMATÍS: - Em geral, os pais ricos contratam preceptores para educarem os seus filhos, livrando-se da obrigação de resolverem-lhes os problemas nevrálgicos da formação do seu caráter. Outros pais internam os filhos em colégios particulares ou instituições religiosas, proporcionando-lhes a educação moral cívica suficiente, mas esquecidos de que não basta o envernizamento social ou a cultura do mundo profano, caso falte à criança o carinho e o amor que lhe aquece o coração. Na verdade, esses pais livram-se de vigiar os filhos na sua fase delicada e complexa da infância, aliás, a mais perigosa e carente de vigilância, em que os instintos afloram, impondo os estigmas animais.
Dali por diante, o jovem dependerá principalmente do tipo de suas amizades, do ambiente que freqüenta e da influência das pessoas de moral superior ou maléfica. Ademais, os agrupamentos de estudantes no colégio e nas instituições educativas, profanas ou religiosas, são ambientes que ainda facilitam a eclosão do instinto inferior dos jovens indisciplinados desde a infância.
Fonte: "A Vida Humana e o Espírito Imortal"
Ramatís /Hercílio Maes Editora do Conhecimento.
