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A influência da mente sobre o corpo e sua relação com as doenças físicas

Diante do inimigo perigoso, o homem é tomado de terrível palidez mortal; a cólera congestiona de sangue o rosto, mas paralisa o afluxo de bílis e enfraquece o colérico; a repugnância esvazia o conteúdo da vesícula hepática que, penetrando na circulação, produz as náuseas e as tonturas. A Medicina reconhece que há o eczema produto da cólera ou da injúria, pois ocorre a intoxicação hepática, e as toxinas e resíduos mentais penetram na circulação sanguínea; a urticária é muito comum naqueles que vivem debaixo de tensão nervosa e das preocupações mentais. Também não são raras as mortes súbitas, quer devido a emoções de alegria, quer devido a catástrofes morais inesperadas!

 

Assim, todas as partes do ser humano são afetadas pela influência da mente, a qual atua fortemente através dos vários sistemas orgânicos, como o nervoso, o linfático, o endocrínico ou circulatório. As recentes pesquisas médicas, sob a orientação da medicina psicossomática, estão confirmando que o psiquismo altera profundamente a composição e o funcionamento dos órgãos do corpo físico.

 

Em consequência, devido à sua penetração infinitesimal, é a homeopatia a terapêutica mais acertada e capaz de operar e influir na raiz das emoções e dos pensamentos perturbadores, modificando os efeitos enfermos que depois se manifestam na organização carnal.

 

Principalmente os estados enfermos provindos das alterações do sistema glandular é que são mais particularmente sensíveis ao tratamento homeopático, pois eles têm sua principal base de perturbação nas condições mentais do espírito. As doses infinitesimais e potencializadas pelo processo homeopático desafogam do psiquismo o potencial perigoso, gerado pela mente desgovernada, e que sobrecarrega o perispírito com a carga mórbida de resíduos tóxicos provindos das suas contradições. No caso de um fígado exausto e combalido pela excessiva carga mórbida, que aflora “de dentro para fora”, ou seja “do espírito para a matéria”, esse órgão precioso, filtro heroico e responsável pela produção de hormônios da nutrição, necessita de alívio imediato e socorro energético, em vez de ser chicoteado violentamente pela medicação tóxica que, vindo de fora, ainda o obriga a um trabalho excepcional.

 

Nesse caso, é a homeopatia que melhor pode atuar através do seu cientificismo ordeiro e exato, sem obrigar os órgãos combalidos a uma drenação intempestiva, mas reativando-lhes as energias para uma função terapêutica endógena e sensata.

PERGUNTA: - Que poderíamos entender pelo aforismo de que a saúde e a doença vêm “de cima para baixo” e “de dentro para fora”?

 

RAMATÍS: — Samuel Hahnemann considerou que tanto a enfermidade quanto a saúde têm a sua origem primacial na mente, nas emoções, nos sentimentos e em todas as sensações da criatura, como um todo vivo, corpo e alma. A seu ver, as manifestações físicas são a parte mais grosseira ou mais densa do corpo humano. Daí, pois, haver consagrado a lei de que tanto a saúde como a doença vem de dentro para fora e de cima para baixo, ou seja da alma para o corpo, ou com a sua germinação no alto, que é a mente, e no centro que é o sentimento da criatura humana.

 

Essa conceituação, demasiadamente corajosa para o século XVIII, despertou muito sorriso irônico e sarcasmo tolo contra o gênio da homeopatia. No entanto, a nova escola psicológica moderna, que já pesquisa a causa dos desequilíbrios orgânicos na própria vivência psíquica, cada vez mais se familiariza com ela e comprova a justeza dos conceitos hahnemanianos. Atualmente, a Medicina já não opõe dúvida ao fato de que as perturbações mentais, emotivas e sentimentais, também alteram profundamente o cosmo orgânico.

 

O espírito encarnado pensa pelo mental, sente pelo astral e age pelo físico e, assim, carreia até à periferia do seu corpo toda a carga mental e emotiva que se origina na sua profundidade espiritual, produzindo as várias modificações de fundo nesse trajeto do mundo oculto para o objetivo.

 

Através da mente, circulam “de cima para baixo” os pensamentos de ódio, de inveja, sarcasmo, ciúme, vaidade, orgulho ou crueldade, incorporando-se, em sua passagem, com as emoções de choro, medo, alegria ou tristeza, que tanto podem modificar a ética dos sentimentos, como agir sobre o temperamento, perturbando a solidariedade celular do organismo físico. O cérebro é o principal campo de operações do espírito; é o produtor de ondas de forças, que descem pelo corpo e graduam-se conforme o seu campo energético. A onda de raiva, cólera ou irascibilidade é força que faz crispar até as extremidades dos dedos, enquanto que a onda emitida pela doçura, bondade ou perdão afrouxa os dedos num gesto de paz.

 

Sabe-se que o medo ataca a região umbilical, na altura do nervo vagos-simpático e pode alterar o funcionamento do intestino delgado; a alegria afrouxa o fígado e o desopila da bílis, enquanto o sentimento de piedade reflui instantaneamente para a região do coração. A oração coletiva e sincera, da família, ante a mesa de refeições, é bastante para acalmar muitos espasmos duodenais e contrações opressivas da vesícula hepática, assim como predispõe a criatura para a harmonia química dos sucos gástricos. O corpo físico é o prolongamento vivo do psiquismo; é a sua forma condensada na matéria, e por esse motivo sofre com os mais graves prejuízos dos diversos estados mórbidos da mente.

 

 A inveja, por exemplo, comprime o fígado, e o extravasamento da bílis chega a causar surtos de icterícia, confirmando o velho refrão de que “a criatura quando fica amarela é de inveja”. O medo produz suores frios e a adrenalina defensiva pode fazer eriçar os cabelos, enquanto que a timidez faz afluir o sangue às faces, causando o rubor.

Fonte: "Fisiologia da Alma" 

Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.

Fonte: "Fisiologia da Alma"  Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.
Do mental ao físico
Médium Consciente -
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