

Médium Consciente
À luz de Ramatís
Será que Deus existe ou toda a criação seria apenas um acaso?
Além de o homem superar a linhagem animal que lhe plasmou o organismo carnal na escala filo genética e realizar-se como ser espiritual integral, ele, ainda, precisa adquirir o estado angélico para se libertar definitivamente da matéria. E até que isso aconteça, só lhe resta uma atitude sensata e tranquila; procurar compreender os desígnios divinos através do respeito e amor a todas as criaturas, manifestações palpáveis da Mente Criadora.
É evidente que o homem civilizado e esclarecido não duvida do evento científico de se iluminar uma cidade pela força disciplinada da energia elétrica; mas o selvagem, em sua mente infantil e supersticiosa, considera isso um mistério sagrado. O poeta extasia-se ante a forma e as cores de uma rosa, que lhe encanta os olhos; e desse modo ele transforma a beleza floral em nova beleza poética. O sábio, no silêncio do laboratório e sem a visão panorâmica da flor, também se deslumbra e se comove, talvez, mais do que o poeta, ao identificar a sabedoria oculta que combina os átomos em moléculas, moléculas em células, células em tecidos, tecidos em órgãos, compondo perfeição e harmonia na pesquisa de uma simples flor. Emociona-se o poeta pela beleza exterior da rosa e vibra o sábio pelo cientificismo que une e assegura á contextura íntima floral.
Da mesma forma, a criatura, tanto quanto a sua experiência, sabedoria, sensibilidade e evolução, também há de ter uma visão ou concepção de Deus mais fantasiosa ou mais próxima da realidade, mas sem nunca atingir a solução que lhe ultrapassa a capacidade mental.
1 - N. do R. - o cientista inglês Edmorst, em sutil e irônico conceito, assim se expressa sobre a possibilidade de o acaso substituir Deus: "Se o acaso ou simples acidente pode criar fatos inteligentes, então temos de admitir que, jogando uma bomba dentro de uma tipografia, dali pode surgir um dicionário completo, como consequência desse acidente, embora sem qualquer plano ou interferência do tipógrafo".
PERGUNTA: - Os ateus asseveram que Deus não existe; que o Universo é apenas obra do acaso, talvez, produto de um acidente inexplicável. Que dizeis?
RAMATÍS: - Respeitamos a convicção de cada homem. Contudo, crermos que o acaso, ou um incidente imprevisível, possa produzir fenômenos e fatos inteligentes como é a Vida no Universo, é realmente um acaso ilógico. Um acidente não cria leis tão sensatas, lógicas e sábias, que tanto disciplinam de modo genial e correto o turbilhão de elétrons em torno do núcleo atômico, como também amparam e proporcionam racionalmente a coesão dos astros suspensos no Cosmo e girando em volta dos centros solares.
Ademais, todos esses astros movem-se em direção a um objetivo correto e útil, com suas estruturas estáveis, perfeitas e complexas, demonstrando um plano de inteligência incomum e superior ao mais avançado índice de intelecto humano. Já dizia célebre filósofo persa: "Se Deus não fez o mundo, precisamos procurar com urgência o responsável por acontecimento tão sábio e lógico". 1
PERGUNTA: - Mas se não podemos identificar Deus, também é de pouca valia mobilizarmos um estado de Fé absoluta e cega, que nos induz a crer naquilo que ainda não temos certeza de existir. Que adianta afirmar-se que o reino de Deus está no homem, se o homem não sabe quem é, ou como é o seu Criador?
RAMATÍS: - E qual seria a mudança do homem, caso ele pudesse descrever satisfatoriamente a forma e a essência do seu Criador? Porventura as criaturas fariam modificações instantâneas e louváveis na vida, abdicando de interesses subalternos e dignificando a experiência e as relações humanas, só porque alguém conseguiria descrever a Realidade Absoluta? Mas, evidentemente, esse desejo incessante de o homem conhecer ou sintonizar-se com o Criador, é que o impele e o estimula para a sua mais breve ascese espiritual.
Enquanto a criatura ainda vibra num estado espiritual primário, ela não se encontra preparada para entender Deus e a sua manifestação cósmica. O espírito do homem precisa emancipar-se do instinto primitivo através do cultivo de valores divinos adormecidos no seu próprio "eu", se quiser principiar a entender a natureza real do Criador.
Fonte: "O Evangelho à Luz do Cosmo"
Ramatís/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.
