

Médium Consciente
À luz de Ramatís
A doção de filhos alheios e sua relação com o carma
Insistimos em advertir-vos de que a Terra não passa de uma severa escola de educação espiritual, cujos percalços, desilusões e vicissitudes físicas ou morais são lições proveitosas que treinam o espírito e libertam a consciência do jugo da matéria! Em consequência, quem adota uma criança passível de ser futuramente retardada mental ou delinquente, ainda o faz por Lei Cármica, pois, se viesse a. ter um filho consanguíneo, este também seria um. enfermo ou desatinado! Em tal caso, os progenitores atuais vivem em função redentora, pouco importando se o filho é adotivo ou descendente consanguíneo.
Criar filhos e uma tarefa complexa e incômoda; que se dirá criar os filhos alheios, espíritos carmicamente estigmatizados ao orfanato e à solidão do mundo? O órfão, sob o conceito cármico da doutrina espírita, é um espírito que subestimou, no passado, o amor de seus pais generosos e repudiou o lar amigo: Tendo agido contrariamente às suas obrigações espirituais para com os seus progenitores pretéritos, não fará jus ao calor amigo da família consanguínea em nova existência carnal. Quem adota um órfão, não deve ignorar que se trata de um espírito que já foi displicente e ingrato à família, no pretérito, e ainda poderá sê-lo mais facilmente no seio da família adotiva. Mas quem ajuda o órfão a ressarcir-se de suas mazelas passadas e lhe oferece a bênção do amor fraterno, sem dúvida é o mais beneficiado em tal procedimento sublime e cristão.
Quanto à tara ou deformação ancestral, que o filho adotivo possa manifestar posteriormente, causando vicissitudes e incômodos aos pais adotivos, isso ainda torna mais valiosa a tarefa caritativa. Ninguém terá prejuízos por amar demais, pois o amor é o fundamento essencial da contextura angélica do próprio espírito do homem. Ademais, não são os órfãos ou filhos adotivos os únicos delinquentes e enfermos no mundo, mas são numerosos os agrupamentos consanguíneos, onde os próprios descendentes carnais são epilépticos, esquizofrênicos, psicopatas agressivos, hidrocéfalos, mongoloides, paranoicos ou irresponsáveis! E como é de Lei, que não cai um "fio de cabelo da cabeça do homem sem que Deus não saiba", os pais adotivos de hoje apenas devolvem ao filho alheio os bens físicos e morais que lhe dilapidaram em vidas anteriores.
PERGUNTA: - Porventura, é uma obrigação espiritual de todos os casais sem filhos adotarem crianças alheias?
RAMATÍS: - Em primeiro lugar, o fato de um casal não ter filhos já comprova que negligenciaram com o dever paterno e materno no pretérito; ou, então, abandonaram os seus descendentes à iniquidade e à injustiça do mundo! A incapacidade de a mulher gerar filhos é comumente a prova de que se frustrou na missão de mãe, no passado, cabendo-lhe na atual existência dinamizar o sentimento materno no amor aos filhos alheios!
Mas a adoção de filhos alheios não é uma obrigação implacável, espécie de compensação aos equívocos pretéritos, porém decisão espontânea sob o conceito amoroso do Cristo-Jesus, quando preceituou o "Faze aos outros o que queres que te façam". Diante do órfão abandonado, ponha-se a criatura no seu lugar e procure auscultar a si mesma, a fim de saber como desejaria ser tratada na mesma situação. Sem dúvida, acima de qualquer preocupação de favorecimento divino ou cobertura cármica, deve prevalecer o divino mandamento do "Amai-vos uns aos outros"!
Muitas mulheres privilegiadas na vida humana esgotam a sua mocidade e maturidade peregrinando pelos consultórios médicos, ou curandeirismos, a fim de gerarem o filho que tanto desejam. Finalmente, atingem a velhice completamente frustradas e sem qualquer afago alheio pela impossibilidade de procriarem filhos, quando poderiam ter criado quaisquer órfãos abandonados por pais desnaturados.
PERGUNTA: - Porventura, não é uma imprudência adotarmos filhos alheios, quando ignoramos qual é a sua formação biológica hereditária?
RAMATÍS: - Adotar filhos alheios é generosa contribuição das criaturas venturosas em favor das mais infelizes, sem que isso deva proporcionar o mesmo prazer das pessoas que criam cachorrinhos de raça exótica, na fartura do luxo, mas não se dispõem a alimentar o filho do vizinho pobre! Quem atende ao deserdado, proporcionando-lhe um lar, carinho e amparo, seja qual for a consequência no futuro, é sempre a criatura agindo em nome do Cristo e cumprindo a divina máxima de que "só pelo amor se salva o homem"!
Fonte: "A Vida Humana e o Espírito Imortal"
Ramatís /Hercílio Maes Editora do Conhecimento.
